domingo, 26 de abril de 2015

HOLANDA OFERECE SISTEMA DE MONITORAMENTO PARA RECOLHER LIXO DA BAÍA DE GUANABARA

 10/03/2015 - 00:00h - Atualizado em 10/03/2015 - 19:40h 
Tecnologia holandesa otimizará a operação dos ecobarcos na baía

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) formalizou com o governo holandês, nesta terça-feira (10/3), a adoção do sistema de monitoramento de resíduos sólidos flutuantes, que otimizará o recolhimento de lixo das águas da Baía de Guanabara.

Durante o workshop "Rio e Holanda: Troca de experiências para o saneamento da Baía de Guanabara", representantes de empresas privadas holandesas, envolvidas com projetos de sustentabilidade, apresentaram soluções para a coleta e o tratamento de resíduos que podem vir a beneficiar as águas da baía.

A subsecretária Executiva e de Economia Verde da Secretaria de Estado dio Ambiente, Isaura Frega, representando o secretário André Corrêa, assinou o memorando de entendimento com o cônsul geral da Holanda, Arjen Uijterlinde, que permitirá a troca de experiências para a gestão de resíduos sólidos que chegam até às águas da baía.

Ao falar sobre os compromissos do estado em despoluir a baía, Isaura Frega foi interlocutora de um recado do secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, que estava num compromisso em Brasília:

“Tudo o que puder ser feito de curto prazo para os Jogos Olímpicos, vai ser feito. Vamos garantir que a área de competições dos Jogos Rio 2016 terá uma baía limpa, e vamos atacar, ao mesmo tempo, a origem do problema e buscar um projeto de longo prazo para resolver de vez os problemas”, garantiu André Corrêa.

Segundo o técnico do Instituto Deltares, João Lima, o sistema prevê a movimentação de resíduos flutuantes, com até quatro dias de antecedência, de acordo com uma série de variantes, como correntes marítimas, marés e condições meteorológicas. O programa é baseado num modelo numérico que vem sendo desenvolvido através de um cruzamento de informações do Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Guanabara (PSAM), da SEA, do INEA e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Ainda de acordo com o técnico, o software está sendo aprimorado para incluir outras variantes, como o aumento de vazão dos rios com as chuvas e o deslocamento de diferentes tipos de lixo flutuante.

Isaura Frega lembrou a responsabilidade dos 15 municípios do entorno da baía nesse processo de limpeza:

“Devemos pensar em não sujar a Baía de Guanabara, não investir tantos recursos na limpeza, depois que a baía já está suja. A experiência holandesa pode contribuir para esta mudança de paradigma. Quando a gente pensa na questão do lixo, não adianta pensar em limpar a baía, mas, pensar em não sujar. Atrair os munícipios para o trabalho conjunto e permanente para buscar soluções locais para o lixo produzido nessas cidades. Esse é o novo desafio da Secretaria de Estado do Ambiente” – afirmou a subsecretária executiva e de Economia Verde da Secretaria de Estado do Ambiente.

Um dos presentes na mesa, o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, enfatizou a importância de se aproveitar a visibilidade da Baía de Guanabara e avançar em medidas de curto prazo para os olimpíadas e, também, em se consolidar uma agenda pós Jogos Rio 2016:

“É agora o momento de se garantir, de se estabelecer os compromissos para o pós-olimpíadas. Temos um ambiente bastante favorável para que se construa esse pacto e que vá além dos jogos olímpicos. Não podemos deixar que o esforço agora, seja um esforço apenas curativo, um esforço de improviso, e que a gente construa o legado que é possível construir ainda neste prazo.”

Na abertura do workshop, o subsecretário de Relações Internacionais, Pedro Spadale, destacou que a Holanda tem experiências bem sucedidas em gestão de águas, desenvolvendo modelos que podem ajudar o Rio de Janeiro a enfrentar desafios, como a despoluição da Baía de Guanabara.

Depois do seminário a comitiva holandesa e os técnicos da SEA e do INEA aproveitaram para percorrer um trecho da Baía de Guanabara, a bordo de uma das barcas que fazem a travessia Rio-Niterói.

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